16.10.08

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TIRO AO EGO

Lá estou eu. Lugar mais alto do pódio. Bandeira no céu. Medalha de ouro em auto-conhecimento. Estádio da minha vida. Maracanã é pouco.
Mas não há platéia. Estádio completamente às moscas.
A quem dedicar o suor dessa vitória?
Será que há vitória sem reconhecimento, sem recompensa?

Ok, eu cheguei lá. Medalha de ouro e tal. Se houvesse repórter de televisão, responderia que sinto pena do amadorismo alheio.
Também sinto pena do sorriso alheio. Quando não é falso, é ingênuo.
Mas eu os vejo, e disparo contra eles o meu sentimento mais racional, o meu olhar mais reprovador.
Mas, e quanto a eles que sequer me notam? Que desconhecem o meu esforço, ou melhor, a minha existência.

Para o diabo com suas teorias, Seadini!
Meta-se já num copo de cerveja.
Meta-se já na mediocridade humana.
Busão de 10 em 10 minutos.
Estádio sempre cheio.

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Não nos falta a atitude, falta-nos o porquê.